Serra da Gardunha

‘Ocaya’ é o topónimo mais antigo que se conhece da serra da Gardunha, palavra que provém do árabe e significa ‘refúgio’. Contudo, devido à sua localização é, localmente, conhecida como ‘Guardiã da Idanha’. 

A relevância da diversidade da fauna e da flora e a importância da sua paisagem e habitats naturais levaram a que, em 2004, fosse criada a Paisagem Protegida da Serra da Gardunha. Esta classificação  é um reconhecimento da integração na lista nacional de Zonas Especiais de Conservação da Rede Natura 2000 e está sob as Diretivas Europeias das Aves e dos Habitats. A gestão desta área classificada é feita pela Gardunha 21, composta por entidades locais, que tem como objetivo a valorização, promoção e gestão dos recursos de forma sustentável. A serra da Gardunha, e as freguesias e aldeias que lhe ‘pertencem’ nos concelhos do Fundão e Castelo Branco, integra também a rede da Estratégia de Eficiência Coletiva PROVERE iNature - Turismo Sustentável em Áreas Classificadas, que promove o turismo de natureza nas áreas classificadas da Região Centro.

Gardunha ou gardunho, pequeno mamífero carnívoro, é também o nome pelo qual é conhecida a fuinha que habita nesta serra. Este é um dos muitos animais que vivem nas  comunidades vegetais que encontramos na Gardunha, assim como a lontra, o lagarto-de-água, a salamandra-lusitânica e ainda uma variedade de aves protegidas, como por exemplo o tartaranhão-caçador ou a águia-calçada.

Na Gardunha, o granito, o xisto e a água são constantes e condicionam a geomorfologia e a diversidade da serra. Na vertente norte, encontramos bosques de carvalho negral, carvalho alvarinho e soutos de castanheiro e a presença da abrótea da Gardunha, um endemismo lusitano exclusivo desta serra. A sul, a paisagem destaca-se pela presença de matos de urze, esteva e giesta, com áreas de sobreiro. A maior altitude podemos observar comunidades de montanha de caldoneira e prados de gramíneas, em que se inclui o esparto - usado para o fabrico artesanal de ceiras. Encontramos, também, algumas árvores em perigo de extinção como as sorveiras e o azevinho.

Desde finais do século XX, os pomares, quase exclusivamente de cereja, marcam a serra da Gardunha, oferecendo a quem a visita uma paisagem deslumbrante e diferente a cada estação do ano.

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